Riscos biológicos: como prevenir em 3 etapas

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Os riscos biológicos são definidos como a exposição a organismos ou substâncias derivadas de organismos que podem causar doenças em humanos.

Estes agentes biológicos incluem vírus, bactérias, fungos e parasitas, que representam uma ameaça  à saúde dos trabalhadores em diversos ambientes ocupacionais. 

Entender a origem desses agentes, onde e como são transmitidos é essencial para evitar a disseminação no ambiente de trabalho! 

Confira.

O que são riscos biológicos?

Os riscos biológicos são definidos como a exposição a organismos ou substâncias derivadas de organismos que podem causar doenças em humanos.

Eles podem ser encontrados em uma variedade de ambientes ocupacionais, incluindo hospitais, laboratórios, clínicas veterinárias, fazendas, e instalações de tratamento de água e esgoto. 

A exposição pode ocorrer durante o manuseio de materiais infecciosos, contato com sangue e outros fluidos corporais, ou através da inalação de aerossóis contendo agentes biológicos.

Esses agentes biológicos incluem vírus, bactérias, fungos e parasitas. 

Vamos explorar cada um desses agentes com mais detalhes.

Vírus

edeiras para se replicar. 

Eles podem causar uma variedade de doenças, desde resfriados comuns até doenças mais graves como a gripe, hepatite, HIV e COVID-19

Os vírus são transmitidos por várias vias, incluindo contato direto, transmissão aérea e contato com superfícies contaminadas.

  • Inalação: vírus como o da gripe e o SARS-CoV-2 (causador da COVID-19) podem ser inalados através de gotículas respiratórias quando uma pessoa infectada tem tosse, espirra ou fala.
  • Contato direto: o contato com superfícies contaminadas seguido pelo toque em mucosas (boca, nariz, olhos) pode levar à infecção.
  • Transmissão sexual: vírus como o HIV e o HPV são transmitidos por contato sexual.
  • Transfusões de sangue: vírus como o HIV e o vírus da hepatite B e C podem ser transmitidos por transfusões de sangue contaminado.

Bactérias

As bactérias são organismos unicelulares que podem viver em diferentes ambientes. 

Enquanto muitas bactérias são inofensivas ou até benéficas, algumas podem causar doenças infecciosas graves, como tuberculose, salmonelose, e infecções por estafilococos. 

A transmissão bacteriana pode ocorrer através do contato direto com uma pessoa infectada, ingestão de alimentos ou água contaminados, ou contato com superfícies contaminadas.

  • Ingestão de alimentos ou água contaminados: bactérias como a Salmonella e a Escherichia coli podem causar doenças gastrointestinais graves.
  • Inalação: a bactéria Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose, pode ser inalada através de aerossóis produzidos por uma pessoa infectada.
  • Contato com feridas: bactérias como o Staphylococcus aureus podem entrar no corpo através de cortes ou feridas na pele.
  • Transmissão sexual: bactérias como a Neisseria gonorrhoeae, causadora da gonorreia, são transmitidas por contato sexual.

Fungos

Os fungos são organismos que incluem leveduras, bolores e cogumelos. 

Algumas espécies fúngicas podem causar infecções em humanos, especialmente em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. 

Exemplos de infecções fúngicas incluem candidíase, aspergilose e dermatofitose.

A transmissão fúngica geralmente ocorre através da inalação de esporos ou contato direto com superfícies contaminadas.

  • Inalação de esporos: fungos como o Aspergillus podem ser inalados, causando infecções respiratórias especialmente em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.
  • Contato direto: fungos dermatofíticos podem causar infecções de pele como o pé de atleta através do contato com superfícies contaminadas, como pisos de chuveiros.
  • Ingestão: Embora menos comum, a ingestão de alimentos contaminados por fungos pode causar infecções gastrointestinais.

Parasitas

Os parasitas são organismos que vivem em ou sobre um hospedeiro e obtêm nutrientes à custa desse hospedeiro. 

Eles incluem protozoários, helmintos e ectoparasitas como piolhos e ácaros. 

As infecções parasitárias podem ser transmitidas por ingestão de água ou alimentos contaminados, picadas de insetos, ou contato direto com uma pessoa infectada. 

Exemplos de doenças parasitárias incluem malária, amebíase e toxoplasmose.

  • Ingestão de alimentos ou água contaminados: parasitas como Giardia lamblia podem ser ingeridos através de água contaminada, causando giardíase.
  • Picadas de insetos: parasitas como o Plasmodium, causador da malária, são transmitidos por picadas de mosquitos infectados.
  • Contato com solos contaminados: parasitas como o Ancylostoma duodenale, causador da ancilostomíase, podem penetrar a pele através do contato com solos contaminados.
  • Transmissão sexual: parasitas como o Trichomonas vaginalis são transmitidos por contato sexual.

Principais tipos e fontes de risco biológico

Como visto acima, existem diferentes agentes biológicos que podem ser transmitidos de diversas formas. Veja abaixo os principais espaços ocupacionais que cada um desses agentes podem ser encontrados.

Vírus

  • Setor de saúde: hospitais, clínicas e laboratórios de diagnóstico são locais onde a exposição a vírus como HIV, hepatite B e C, e influenza é comum. Profissionais de saúde que lidam com sangue e outros fluidos corporais precisam tomar grande cuidado e seguir as orientações de segurança adequadas. 
  • Laboratórios de pesquisa: pesquisadores trabalhando com patógenos emergentes, como o SARS-CoV-2, enfrentam riscos de exposição a vírus através de inalação ou contato direto.
  • Tratamento de água e resíduos: funcionários em estações de tratamento de esgoto podem ser expostos a vírus entéricos presentes em águas residuais.

Bactérias

  • Setor de saúde: infecções bacterianas como tuberculose (causada por Mycobacterium tuberculosis) e infecções por Staphylococcus aureus são riscos comuns para profissionais de saúde.
  • Laboratórios de pesquisa: pesquisadores manipulando culturas bacterianas, como Escherichia coli e Salmonella, estão em risco de exposição através de aerossóis ou contato direto.
  • Indústria alimentícia: trabalhadores que manipulam alimentos podem ser expostos a bactérias patogênicas, como Listeria monocytogenes, presente em alimentos contaminados.

Fungos

  • Setor de saúde: profissionais de saúde, especialmente aqueles que cuidam de pacientes imunocomprometidos, estão em risco de exposição a fungos como Aspergillus, que pode causar infecções respiratórias graves.
  • Laboratórios de pesquisa: pesquisadores trabalhando com fungos ambientais, como os dermatófitos, podem ser expostos através do contato com culturas ou esporos.
  • Tratamento de água e resíduos: trabalhadores em estações de tratamento de água podem ser expostos a fungos presentes em ambientes úmidos e contaminados.

Parasitas

  • Setor de saúde: profissionais de saúde em áreas endêmicas enfrentam riscos de infecções parasitárias, como malária (causada por Plasmodium) e leishmaniose (causada por Leishmania).
  • Laboratórios de pesquisa: pesquisadores manipulando amostras biológicas que contêm parasitas, como Toxoplasma gondii, estão em risco de exposição.
  • Tratamento de água e resíduos: funcionários em estações de tratamento de água podem ser expostos a parasitas como Giardia lamblia, presentes em águas contaminadas.

Além desses espaços, a contaminação também pode acontecer de outras formas.

Contato direto com sangue e fluidos corporais

O contato direto com sangue e fluidos corporais é uma das principais fontes de exposição a agentes biológicos, especialmente em ambientes de saúde. 

Profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de laboratório, estão na linha de frente desse tipo de infecção. 

  • Acidentes com agulhas e instrumentos cortantes: lesões causadas por agulhas e outros instrumentos perfurocortantes contaminados podem introduzir agentes infecciosos diretamente na corrente sanguínea.
  • Manuseio de amostras biológicas: manipular sangue, urina, saliva e outros fluidos corporais sem a devida proteção pode levar à exposição a vírus, bactérias e parasitas.
  • Procedimentos invasivos: procedimentos médicos que envolvem contato direto com sangue, como cirurgias e transfusões, apresentam um alto risco de transmissão de patógenos.

Respiração de aerossóis contaminados

A inalação de ar contaminado é uma fonte de exposição a agentes biológicos, particularmente em ambientes onde partículas finas podem ser geradas e suspensas no ar. 

Setores como saúde, laboratórios de pesquisa e tratamento de resíduos são particularmente vulneráveis a esse tipo de exposição.

  • Procedimentos geradores de aerossóis: procedimentos como entubação, nebulização, centrifugação e pipetagem podem gerar aerossóis que contêm agentes patogênicos.
  • Ambientes mal ventilados: a falta de ventilação adequada em locais de trabalho aumenta o risco de inalação de aerossóis contaminados.
  • Tratamento de resíduos: estações de tratamento de esgoto e resíduos sólidos podem liberar aerossóis contendo patógenos respiratórios.

Contato com superfícies contaminadas

O contato com superfícies contaminadas é uma fonte comum de exposição a agentes biológicos em muitos ambientes de trabalho. 

Superfícies que entram em contato com patógenos podem servir como reservatórios de infecção se não forem corretamente higienizadas.

  • Equipamentos e ferramentas: ferramentas médicas, laboratoriais e de tratamento de resíduos podem ser fontes de contaminação se não forem devidamente desinfetadas.
  • Mobiliário e superfícies de trabalho: mesas, bancadas, maçanetas e outras superfícies frequentemente tocadas podem abrigar agentes infecciosos.
  • Roupas e equipamentos de proteção individual (EPIs): EPIs contaminados podem se tornar uma fonte de exposição se não forem corretamente manuseados e higienizados.

Prevenção e gestão de riscos biológicos

Prevenção e gestão de riscos biológicos

1. Estratégias de prevenção

Os EPIs protegem os trabalhadores contra a exposição a agentes biológicos. 

Eles formam uma barreira física entre o indivíduo e o patógeno, reduzindo significativamente o risco de infecção.

O uso de máscaras cirúrgicas e respiradores N95 ajudam a proteger contra a inalação de aerossóis contaminados. 

Luvas descartáveis protegem as mãos contra o contato direto com sangue, fluidos corporais e superfícies contaminadas.

É importante trocar as luvas regularmente e descartá-las de forma adequada.

Já o uso de aventais descartáveis ou reutilizáveis protegem a pele e a roupa contra respingos de agentes biológicos.

Eles são úteis em procedimentos que envolvem o manuseio de amostras biológicas.

E os óculos de proteção e protetores faciais protegem os olhos e o rosto contra respingos e aerossóis contaminados.

2. Procedimentos de higiene

Manter altos padrões de higiene é uma das formas mais eficazes de prevenir a disseminação de agentes biológicos. 

Procedimentos de higiene adequados reduzem a probabilidade de contaminação cruzada e infecções.

Lavar as mãos com frequência com água e sabão é essencial para remover patógenos. 

Quando a lavagem das mãos não é possível, o uso de desinfetantes à base de álcool é uma alternativa eficaz.

Práticas de higiene respiratória, como cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar e utilizar lenços descartáveis, ajudam a prevenir a disseminação de agentes infecciosos pelo ar.

3. Procedimentos de desinfecção

A desinfecção regular de superfícies e equipamentos é essencial para eliminar agentes biológicos do ambiente de trabalho.

Superfícies frequentemente tocadas, como maçanetas, mesas e bancadas, devem ser desinfetadas regularmente com produtos desinfetantes adequados. 

Isso ajuda a eliminar patógenos que possam estar presentes.

Equipamentos médicos, laboratoriais e de proteção individual devem ser desinfetados de acordo com as recomendações do fabricante.

Isso inclui a esterilização de instrumentos cirúrgicos e a desinfecção de equipamentos reutilizáveis.

O descarte adequado de materiais contaminados, como luvas, aventais e resíduos biológicos, é importante para prevenir a exposição e a contaminação cruzada.

Devem ser seguidos protocolos específicos para o descarte de resíduos biológicos.

O papel da empresa e da SST na prevenção

As empresas têm a responsabilidade de garantir a segurança e saúde de seus trabalhadores, e um programa de SST bem estruturado é a chave para alcançar esse objetivo. 

Esse programa protege os funcionários contra agentes patogênicos e promove um ambiente de trabalho seguro e saudável, aumentando a produtividade e garantindo a conformidade com as regulamentações legais.

O primeiro passo na implementação de um programa de SST é a identificação dos riscos biológicos.

Isso envolve a realização de uma avaliação detalhada do ambiente de trabalho para identificar potenciais fontes de exposição a agentes biológicos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas. 

A identificação desses riscos pode ser feita através de inspeções regulares, análise de incidentes anteriores e consultas com especialistas em saúde ocupacional

A participação ativa dos trabalhadores nesse processo também é importante, pois eles podem fornecer insights valiosos sobre os riscos específicos que enfrentam em suas atividades diárias.

A avaliação é o próximo passo. Ela envolve a análise da probabilidade de exposição e o potencial impacto na saúde dos trabalhadores. 

Isso pode incluir a realização de testes e monitoramento ambiental para detectar a presença de agentes biológicos no local de trabalho. 

A avaliação também considera a suscetibilidade dos trabalhadores, levando em conta fatores como idade, saúde geral e condições preexistentes que possam aumentar o risco de infecção.

O controle eficaz é a etapa final no programa de SST

Controlar os riscos biológicos envolve a implementação de medidas preventivas e corretivas para reduzir a exposição e proteger a saúde dos trabalhadores. 

Além das medidas diretas de controle, a empresa deve garantir que todos os trabalhadores recebam treinamento contínuo sobre os riscos biológicos e as práticas de segurança.

 A educação contínua também promove uma cultura de segurança, onde todos os funcionários estão cientes de seus papéis e responsabilidades na prevenção de riscos biológicos.

A implementação de um programa de SST bem-sucedido requer um compromisso contínuo da empresa e de seus gestores. 

Isso inclui a alocação de recursos adequados para a compra de EPIs, a realização de treinamentos e a manutenção de procedimentos de higiene e desinfecção. 

Também é importante estabelecer um sistema de comunicação eficaz para garantir que todas as informações relacionadas à saúde e segurança sejam facilmente acessíveis aos trabalhadores.

Proteja sua equipe de riscos biológicos! 

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