As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são um grupo de condições médicas causadas pela repetição constante de movimentos e esforços contínuos, sem tempo suficiente para recuperação.
Essas lesões afetam principalmente os músculos, tendões e nervos, especialmente nas áreas do pescoço, ombros, braços, punhos e mãos.
No ambiente de trabalho, onde muitas profissões exigem tarefas repetitivas e posturas inadequadas por longos períodos, as LER se tornaram uma preocupação significativa.
Por isso é importante entender sobre essas lesões, os tipos mais comuns e qual o papel das empresas para prevenir e cuidar dessas questões.
Confira!
O que é LER?
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são um grupo de condições médicas causadas pela repetição constante de movimentos e esforços contínuos, sem tempo suficiente para recuperação.
Essas lesões afetam principalmente os músculos, tendões e nervos, especialmente nas áreas do pescoço, ombros, braços, punhos e mãos.
LER é comumente associada a atividades profissionais que exigem movimentos repetitivos e posturas inadequadas por longos períodos.
A LER se desenvolve devido à execução contínua e repetitiva de tarefas, muitas vezes exacerbada por posturas inadequadas e falta de pausas para descanso.
No ambiente de trabalho, essas lesões são frequentemente observadas em profissionais que realizam atividades como digitação, manuseio de ferramentas manuais, movimentação de cargas ou outras tarefas que exigem movimentos repetitivos.
A falta de ergonomia adequada no local de trabalho também contribui significativamente para o surgimento de LER.
5 tipos de lesões
Existem vários tipos de lesões que podem ser desenvolvidas por conta desse esforço repetitivo.
Vamos citar abaixo as mais comuns.
1. Tendinite:
A tendinite é uma das lesões mais frequentes e se refere à inflamação dos tendões, que são as estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos.
Ela é comum nos pulsos e ombros, devido à repetição constante de movimentos e esforços contínuos nessas áreas.
A tendinite pode causar dor intensa, inchaço e dificuldade de movimentação, afetando significativamente a qualidade de vida e a capacidade de trabalho do indivíduo.
A principal causa da tendinite é o esforço excessivo ou repetitivo dos tendões, resultando em desgaste e inflamação.
Movimentos repetitivos, como digitação constante, levantamento de pesos ou uso frequente de ferramentas manuais, podem sobrecarregar os tendões.
Além disso, a manutenção de posturas inadequadas por longos períodos pode aumentar a tensão sobre os tendões dos ombros e pulsos, contribuindo para o desenvolvimento da tendinite.
Traumas diretos, como pancadas ou torções, também podem desencadear a inflamação, assim como o envelhecimento, que torna os tendões mais suscetíveis ao desgaste natural.
Os sintomas da tendinite incluem dor localizada, que geralmente piora com o movimento ou atividade, inchaço na área afetada, rigidez que dificulta a movimentação normal da articulação e, em casos graves, fraqueza nos músculos ao redor do tendão inflamado.
2. Tenossinovite:
A Tenossinovite é a inflamação da bainha sinovial que envolve um tendão.
A bainha sinovial é uma camada protetora cheia de líquido que ajuda os tendões a se moverem suavemente durante a contração muscular.
Quando esta bainha fica inflamada, pode causar dor, inchaço e dificuldade de movimento.
Ela pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo movimentos repetitivos, lesões, doenças sistêmicas e infecções.
Atividades que envolvem movimentos repetitivos das mãos e pulsos, como digitar, usar ferramentas manuais ou tocar instrumentos musicais, são comuns causadores da condição.
Traumas diretos ou lesões nos tendões e suas bainhas, bem como condições como artrite reumatoide, gota ou diabetes, também podem predispor indivíduos à tenossinovite.
3. Síndrome do túnel do carpo:
A síndrome do túnel do carpo é uma condição médica que ocorre quando o nervo mediano, que percorre o braço até a mão, é comprimido ou pressionado ao passar pelo túnel do carpo, uma passagem estreita no punho formada por ossos e ligamentos.
Este nervo é responsável por fornecer sensibilidade e movimento a partes da mão.
Quando comprimido, pode causar dor, dormência e fraqueza.
As causas da síndrome do túnel do carpo são variadas e podem incluir movimentos repetitivos das mãos e dos pulsos, como digitar ou usar ferramentas manuais, lesões no punho que provocam inchaço, e condições médicas como artrite reumatoide, diabetes e hipotireoidismo.
Fatores genéticos também podem desempenhar um papel, pois algumas pessoas podem ter um túnel do carpo naturalmente mais estreito.
Os sintomas da síndrome do túnel do carpo geralmente começam gradualmente, com formigamento ou dormência nos dedos, especialmente no polegar, indicador e dedo médio.
Com o tempo, os sintomas podem se estender ao dia, causando fraqueza na mão e dificuldades em realizar tarefas que envolvem precisão, como segurar um volante, escrever ou manipular pequenos objetos.
4. Epicondilite:
A Epicondilite, também conhecida como cotovelo de tenista, é uma condição dolorosa que ocorre quando os tendões que conectam os músculos do antebraço ao lado externo do cotovelo ficam inflamados.
Apesar do nome, essa condição não afeta apenas tenistas, qualquer atividade que envolva movimentos repetitivos do pulso e braço pode levar à epicondilite.
Os movimentos repetitivos e o uso excessivo do braço e do punho, como digitar, pintar, serrar ou até mesmo tocar instrumentos musicais, são algumas das principais causas.
Esses movimentos podem causar pequenas rupturas nos tendões, resultando em dor e inflamação na região do cotovelo.
Os sintomas da epicondilite incluem dor e sensibilidade no lado externo do cotovelo, que pode irradiar para o antebraço e o pulso.
A dor pode piorar ao realizar movimentos como segurar, levantar, virar uma chave ou apertar a mão de alguém.
Em casos mais graves, a dor pode estar presente mesmo em repouso e causar fraqueza no antebraço.
5. Bursite:
A bursite é uma condição inflamatória que afeta as bursas, pequenas bolsas cheias de líquido que atuam como amortecedores entre ossos, tendões e músculos ao redor das articulações.
Essas bursas ajudam a reduzir o atrito e facilitar o movimento suave das articulações.
Quando uma bursa fica inflamada, ela pode causar dor e limitar o movimento.
A bursite pode ocorrer em qualquer bursa do corpo, mas é mais comum nos ombros, cotovelos, quadris, joelhos e tornozelos.
As causas dela são variadas e podem incluir movimentos repetitivos ou pressão prolongada sobre uma articulação, lesões ou traumas diretos, e condições inflamatórias como artrite reumatóide, gota e infecções bacterianas.
Atividades que envolvem movimentos repetitivos ou posturas inadequadas, como jardinagem, pintura, esportes ou tarefas domésticas, também podem predispor uma pessoa à Bursite.
Os sintomas incluem dor na área afetada, que pode ser aguda e intensa ou crônica e surda.
O local da bursa inflamada pode apresentar inchaço, sensibilidade e calor.
A dor tende a piorar com o movimento ou pressão sobre a articulação afetada, e pode haver uma redução na amplitude do movimento.
Em casos de infecção, a pele ao redor da bursa pode ficar vermelha e quente ao toque.
Papel da empresa e da SST na prevenção
Como citado acima, as principais causas dessas lesões são decorrentes de ações repetitivas, muito comuns no ambiente de trabalho.
A causa dessas lesões é preocupante para a empresa e funcionários por diversos motivos, sendo os principais a queda de produtividade do colaborador, por conta da dor e até afastamento dele.
Para a empresa, essa falta de produtividade ou afastamento pode resultar em queda de produção, de faturamento.
Além disso, dependendo da gravidade da lesão e como a empresa lidou com a situação, contenciosos trabalhistas podem também se tornar um problema.
Por isso, as empresas apresentam um papel importante na prevenção e cuidados dessas lesões.
Algumas ações que podem ser implementadas são:
A educação e o treinamento são fundamentais para a prevenção de LER:
Programas de treinamento em ergonomia e técnicas de trabalho seguro devem ser oferecidos a todos os funcionários.
Esses programas podem ensinar sobre a importância de manter posturas corretas, usar equipamentos de maneira adequada e identificar sinais precoces de lesões.
Treinamentos regulares ajudam os trabalhadores a compreenderem os riscos associados às suas tarefas diárias e a adotarem práticas que minimizem o esforço repetitivo e as posturas inadequadas.
Implementação de pausas regulares e exercícios de alongamento para funcionários:
Promover pausas regulares durante a jornada de trabalho é essencial para a prevenção de LER.
Essas pausas permitem que os funcionários descansem e recuperem-se de atividades repetitivas, reduzindo o risco de lesões.
Além disso, a empresa deve incentivar a prática de exercícios de alongamento que podem ser realizados durante essas pausas.
Alongamentos específicos para os músculos e tendões mais utilizados ajudam a manter a flexibilidade e a prevenir a rigidez e a dor.
Avaliações ergonômicas regulares dos postos de trabalho para minimizar riscos:
Realizar avaliações ergonômicas regulares dos postos de trabalho é uma medida preventiva eficaz.
Profissionais de SST podem identificar áreas de risco e fazer recomendações para melhorar a ergonomia do local de trabalho.
Isso pode incluir ajustes na altura de mesas e cadeiras, a disposição de equipamentos e a adaptação de ferramentas para reduzir a necessidade de movimentos repetitivos e posturas inadequadas.
Avaliações periódicas garantem que o ambiente de trabalho permaneça seguro e adaptado às necessidades dos funcionários.
Promoção de uma cultura de conscientização sobre saúde no trabalho e encorajamento da comunicação sobre sintomas precoces:
Criar uma cultura de conscientização sobre saúde no trabalho é essencial para a prevenção de LER.
As empresas devem promover a importância da saúde e do bem-estar no ambiente de trabalho e encorajar os funcionários a comunicar quaisquer sintomas precoces de LER.
Programas de conscientização podem incluir palestras, workshops e materiais educativos sobre os riscos de LER e as melhores práticas para prevenção.
Além disso, é crucial que os empregadores criem um ambiente onde os funcionários se sintam à vontade para relatar desconfortos ou sintomas sem medo de represálias.
A comunicação aberta e o suporte contínuo são fundamentais para a detecção precoce e a intervenção rápida, prevenindo o agravamento das lesões.
Ao implementar programas de treinamento em ergonomia e técnicas de trabalho seguro, as empresas capacitam seus funcionários a adotarem práticas que minimizem o risco de lesões.
Com essas medidas, é possível criar um ambiente de trabalho que protege a saúde dos funcionários e promove uma maior produtividade e satisfação no trabalho.